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  • Foto do escritorBiotec Júnior

As diferentes classes dos fármacos psiquiátricos

No Brasil, doenças como: depressão, ansiedade, síndrome do pânico, agorafobia, transtorno obsessivo compulsivo, transtorno de estresse pós-traumático, entre outras; infelizmente vem se tornando mais comum e aumentando gradativamente a cada ano. Entretanto, progressivamente a ciência, aliada a tecnologia, vem mostrando avanços extraordinários para a humanidade que podem ser aplicados de inúmeras maneiras na nossa sociedade. Entre elas podemos citar a aplicação de fármacos para auxiliar no tratamento desses transtornos.

Os fármacos psiquiátricos são grupos de substâncias químicas que atuam no Sistema Nervoso Central, afetando os processos mentais e alterando a percepção, emoções e comportamentos daqueles que fazem seu uso. Ou seja, ele age como um mecanismo para “desligar” os sintomas dos transtornos mentais.

Mas você sabia que há diversos tipos desses fármacos e que cada um atua de um modo específico no nosso organismo? Pois bem, então vamos conhecer suas classes e como cada um atua.

Inibidores Seletivos de Receptores de Serotonina

Os ISRSs são a classe mais utilizadas no combate aos transtornos de: depressão, ansiedade e alguns de personalidade, pois possuem a capacidade de elevar a concentração extracelular do neurotransmissor serotonina (5-HT) -- responsável por regular o humor, bem-estar, sono e apetite -- no corpo e no cérebro. Neste caso, o efeito cerebral acaba sendo o mais importante porque assim, há o bloqueio dos receptores membranares dos neurônios pré-sinápticos, que recolhe a serotonina, maximizando a duração da ação nos neurônios pós-sinápticos.

Esses fármacos podem ser encontrados como: Fluoxetina, Sertralina, Paroxetina e Citalopram.

Inibidores de Recaptação de Serotonina-Noradrenalina

Os IRSNs são fármacos criados recentemente utilizados no tratamento da depressão e não possuem ação agonista sobre os receptores neuronais, assim como os ISRSs, pois sua ação limita-se no impedimento da recaptação de serotonina e noradrenalina. Eles costumam agir de forma mais rápida que os outros antidepressivos, porque possuem um perfil farmacológico mais seguro e apresentam menos efeitos adversos do que os fármacos antidepressivos tricíclicos.

Exemplos desses medicamentos são: Desvenlafaxina, Duloxetina, Mirtazapina e Venlafaxina.

Inibidores de Recaptação de Noradrenalina-Dopamina

Os IRNDs são fármacos que agem inibindo os neurotransmissores noradrenalina e dopamina, pois impedem a ação dos transportadores destes neurotransmissores. Essa ação causa o aumento na concentração extracelular de noradrenalina e dopamina e não influencia o sistema 5-HT.

Este tipo de medicamento não é tão comum e atualmente é encontrado apenas na forma de cloridrato de bupropiona.

Antidepressivos Tricíclicos

Os Antidepressivos Tricíclicos não são comumente utilizados no tratamento da depressão por causa de seus efeitos colaterais. Entretanto, também podem ser usados naqueles que sofrem distúrbio de dor crônicas que interferem na vida cotidiana do paciente pois podem ajudar no alívio de determinadas dores.

Seus representantes são: Amitriptilina, Clomipramina, Desipramina, Nortriptilina e Doxepina.

Antidepressivos Heterocíclicos

Essa classe de fármacos é considerada como antigo tratamento convencional e, apesar de eficientes, não são tão utilizados atualmente. Sua composição apresenta: tricíclicos, tricíclicos modificados e antidepressivos tetracíclicos. Eles aumentam agudamente, de forma primária, a disponibilidade de noradrenalina e de serotonina por bloquearem a recepção na fenda sináptica. Esta administração crônica regula para baixo os receptores alfa-1-adrenérgicos na membrana pós-sináptica — possível via final comum de sua atividade antidepressiva.

Eles podem ser encontrados na forma de: Maprotilina e Clomipramina.

Inibidores da Monoaminoxidase

Os IMAOs são fármacos com diversas funcionalidades terapêuticas para transtornos psiquiátricos, entretanto são raramente usados no tratamento, exceto quando os outros antidepressivos não apresentam funcionalidade.

A ação desse medicamento consiste na elevação da neurotransmissão dopaminérgica, noradrenérgica e serotonérgica; que se deve ao bloqueio da enzima mitocondrial monoamina oxidase, cujo está presente em diversos órgãos. Portanto, essa enzima inativa esses neurotransmissores pois, sua inibição eleva a concentração dessas substâncias nas sinapses neuronais. Além disso, os IMAOs também apresentam redução numérica dos receptores de adrenalina e serotonina e a indução da neurogênese hipocampal.

Esse fármaco é encontrado na forma de: Isocarboxazida, Moclobemida, Fenelzina, Selegilina e Tranilcipromina.

Benzodiazepínicos

Os benzodiazepínicos é uma das duas classes de ansiolíticos existentes e comumente a mais utilizada no tratamento de ansiedade. Ele atua ligando-se ao receptor Gaba, um complexo de proteínas mediador da atividade de inibição neural. Esse receptor cria um canal para o interior do neurônio que, com a ação desses fármacos, aumenta a frequência de abertura onde íons passam e geram a hiperpolarização, que diminui a capacidade de excitação.

Exemplos dele são: Alprazolam, Bromazepam, Clobazam e Diazepam

Barbitúricos

Os barbitúricos são classe de medicamentos comumente utilizada para tratamento de convulsões e como sedativos, mas também substituí os benzodiazepínicos e outras medicações sedativos-hipnóticas com melhor perfil de efeitos colaterais. Esses fármacos reprimem a atividade das células excitáveis em diferentes locais do Sistema Nervoso Central, diminuindo a geração dos estímulos nervosos dos neurônios.

Ele é encontrado na forma de: Fenobarbital, Lorazepam e Mefobarbital.

Antipsicóticos de Primeira Geração

Essa classe de fármaco utilizada no tratamento de psicoses -- caracterizada pela pertubação da mente, como esquizofrenia e transtorno afetivo bipolar -- é mais antiga, porém ainda é utilizada. Sua ação apresenta o bloqueio no receptor de dopamina (D2).

Podem ser encontradas na forma de: Amissulprida, Cloropromazina, Haloperidol e Tiotixeno.

Antipsicóticos de Segunda Geração

Já esse tipo de medicamento, também é utilizado para os mesmos casos do da Primeira Geração, entretanto são mais recentes e comumente mais utilizados, pois apresentam menos efeitos colaterais. Ele bloqueia de forma fraca ou modulada o receptor D2 e apresenta ação antagonista nos receptores de serotonina.

Exemplo desses fármacos são: Aripiprazol, Cariprazina, Clozapina, Lurasidona, Quetiapina e Ziprasidona.

É importante ressaltar que a escolha do medicamento leva em consideração vários fatores particulares do paciente e deve ser receitado apenas por um profissional capacitado, portanto nunca se automedique.

Esses fármacos integram parte essencial do tratamento dos transtornos mentais, porém atuam somente nos sintomas físicos desses transtornos, e não nas suas causas. Portanto o acompanhamento terapêutico é fundamental para a obtenção de um bom e duradouro resultado.

Se você, atualmente, está sofrendo alguns desses transtornos, não se acanhe e procure ajuda. Você pode ligar de forma gratuita ao Centro de Valorização da Vida, pelo telefone: 188. Nunca desista de si mesmo pois você não está sozinho. Toda vida importa!

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